Tal como a maioria dos bancos centrais, o Banco Central da Suíça (SNB) também elege a estabilização dos preços como prioridade do seu mandato, isto é, o preço do cabaz de referência para cálculo da inflação deve aumentar gradualmente sem ultrapassar os 2% ao ano.

Nos últimos anos acentuaram-se as dificuldades para cumprir com este objetivo. Se numa primeira fase o SNB deparou-se com a deflação, no culminar da pandemia, numa segunda fase teve que lidar com a inflação, tal como a maioria dos bancos centrais. Contudo, o contexto económico suíço é bem diferente. Enquanto economia pequena e aberta ao exterior, dependente das importações de bens alimentares e da energia, vê estes preços serem fortemente afetados pelo comportamento dos preços dos seus parceiros comerciais. Por outro lado, há razões administrativas para que o pico de inflação, registado em julho de 2022, ter sido bem inferior aos restantes países desenvolvidos. Na economia suíça há prática histórica de controlo de preços em alguns bens e serviços, como é o caso das rendas.

O Banco Central da Suíça ajustou a sua política monetária, tornando-a menos acomodatícia, levando a sua taxa de referência para os 1,75%. Os efeitos desta política foram visíveis, tendo a inflação recuado, e em meados de 2023 já se encontrava abaixo do objetivo dos 2%. Entretanto, o SNB já iniciou a descida da sua taxa de referência, cortando 25 pontos base, antecipando-se aos os seus congéneres. Esta decisão poderá servir de exemplo ao BCE.


Fonte: Bloomberg / DWM 

Autor: Direção de Wealth Management (DWM)