Esta semana apresentamos o índice DXY. Este índice mostra a relação do dólar face ao cabaz constituído por 6 das mais relevantes moedas. A possível reeleição de Donald Trump, confirmada na madrugada de 6 de novembro, contribuiu para uma valorização de aproximadamente 6% do índice nos últimos 2 meses. A valorização do dólar face ao cabaz reflete as expectativas em torno das políticas anunciadas pela nova administração e que incluem a imposição de novas tarifas comerciais, uma política fiscal expansionista e um controlo mais restritivo sobre a imigração. 

 

As tarifas comerciais deverão pressionar as moedas dos principais parceiros económicos dos EUA, nomeadamente a Zona Euro e a China, numa altura em que estas economias revelam alguns sinais de fragilidade económica. Por sua vez, o agravamento do défice fiscal dos EUA levará os investidores a exigir um prémio de risco superior pela dívida pública norte-americana, resultando em taxas de juro mais elevadas, o que no curto prazo ajudará a sustentar o dólar. Adicionalmente, uma política de imigração mais restritiva contribuirá para uma escassez de mão de obra no mercado de trabalho, traduzindo-se num aumento dos custos salariais. 

 

A conjugação destes fatores deverá conduzir a um ressurgimento das pressões inflacionistas, limitando a margem de atuação da Reserva Federal, nomeadamente no que diz respeito a potenciais cortes das taxas de juro. Porém, a médio prazo, os desequilíbrios fiscais e as pressões políticas para uma flexibilização monetária que deverão recair sobre a Reserva Federal poderão comprometer a confiança dos investidores no dólar. 



Fonte: Bloomberg /DWM

Autor: Direção de Wealth Management (DWM)