A economia da Zona Euro estagnou no quarto trimestre de 2024, contrariando as previsões dos analistas, que antecipavam uma ligeira expansão de 0,1%. Esta fraqueza resulta, em grande parte, do desempenho das duas maiores economias do bloco europeu - Alemanha e França. 

 

O PIB alemão registou uma contração de 0,2% no último trimestre de 2024, enquanto a economia francesa recuou 0,1% no mesmo período. A economia alemã tem sido particularmente penalizada pela deterioração do setor industrial e pelo clima de incerteza política, agravado pela proximidade das eleições de fevereiro de 2025. Em França, a instabilidade política tem fragilizado a confiança dos principais agentes económicos, condicionando o investimento privado. Adicionalmente, a trajetória fiscal continua a ser uma das principais preocupações dos decisores políticos franceses, com o défice orçamental de 2024 a atingir 6,1% do PIB, acima da estimativa inicial de 5,4%.

 

A conjuntura externa também representa um risco adicional para a economia europeia. A política comercial dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, poderá agravar ainda mais o panorama económico, caso sejam impostas novas tarifas sobre os produtos europeus.

 

Perante este cenário, espera-se que o Banco Central Europeu adote uma postura mais flexível ao longo de 2025, com o objetivo de estimular a economia da região. De acordo com a presidente do BCE, Christine Lagarde, a maioria dos indicadores de inflação subjacente sugerem que a inflação tenderá a aproximar-se de forma gradual da meta dos 2%. No entanto, a persistência da inflação poderá restringir a margem de manobra do banco central, dificultando assim a recuperação económica da Zona Euro.



Fonte: Bloomberg

Autor: Direção de Wealth Management (DWM)