Os dados preliminares do índice de preços no consumidor (CPI YoY) do Japão, que foram publicados na passada quinta-feira, dão-nos indicação de um valor recorde dos últimos 41 anos, tendo atingido os 4,4%, e superando o valor recorde de 4,0% referente ao ano de 2022. A subida em questão é sobretudo resultado do aumento dos preços nos produtos alimentares e energia, seguindo assim a tendência das economias ocidentais. Este fenómeno é uma surpresa e também um desafio para a economia nipónica, uma vez que o Japão se tem debatido nos últimos anos com níveis de inflação incrivelmente baixos, a rondar os 0% ou até a chegar a níveis negativos. 

Face aos resultados apresentados, o banco central do Japão encontra-se sob pressão para terminar os estímulos económicos vigentes e agir no sentido de uma política monetária mais restritiva, à semelhança da estratégia adotada pelos bancos centrais do ocidente desde o início do ano passado. Todavia, as declarações do banco central demonstram relutância no que toca à subida das taxas de juro e, até ao momento, as medidas apresentadas para combater a inflação são ao nível governamental e traduzem-se em subsídios estatais sobre os produtos energéticos a iniciar no mês fevereiro. 


Fonte: Bloomberg e BPG

Autor: Departamento de Gestão de Ativos (DGA)