Nos últimos dias a atenção dos investidores virou-se para uma sigla até então conhecida por uns quantos – AT1. De repente, fomos obrigados a perceber mais sobre esta subclasse de ativos e das suas nuances. Até então era comummente aceite que este instrumento híbrido de capital (posiciona-se entre as ações e as obrigações), em caso de resgate de uma instituição financeira, responderiam posteriormente aos acionistas. Isto é, os detentores destes instrumentos (AT1) não eram afetados até os acionistas perderem a totalidade do seu investimento. Contudo, o Banco Central da Suíça (SNB) veio colocar em causa este princípio. O SNB inverteu a hierarquia, penalizando os detentores de obrigações AT1 face aos acionistas no “bail-in” do Credit Suisse. 

O Banco Central Europeu (BCE) e o Bank of England (BoE) reagiram de imediato em comunicado reafirmando o seu compromisso com o princípio estabelecido até então, deixando isolado o SNB, e as portas escancaradas para longos processos de litigação na justiça por parte dos investidores das obrigações AT1 do Credit Suisse.

Esta semana assistimos a uma grande queda destes instrumentos financeiros e uma recuperação nos dias seguintes face aos posicionamentos do BCE e BoE. Contudo, a volatilidade irá permanecer elevada enquanto pairarem incertezas sobre o futuro destes instrumentos em processos de “bail-in”. 


Fonte: DWS/Bloomberg

Autor: Departamento de Gestão de Ativos (DGA)