O relatório do mercado de trabalho publicado pela Agência Espanhola de Emprego (SEPE), a 4 de julho, surpreendeu novamente no sentido positivo. O número de trabalhadores desempregados caiu 1,8% em relação ao mês anterior (-50.268), atingindo o nível mais baixo desde setembro de 2008. Essa evolução é ainda mais surpreendente considerando que a força de trabalho aumentou significativamente em comparação com o período pré-Covid-19 (+2,5%), atingindo um novo recorde no primeiro trimestre de 2023. No entanto, quinze anos após as crises sucessivas de 2008 e 2011, ainda há um longo caminho a percorrer: o nível de desemprego continua 25% mais alto do que no final de 2007, e a taxa de desemprego está cinco pontos percentuais acima (12,7% em maio de 2023, em comparação com 7,9% em maio de 2007, o mínimo cíclico).

No último ano, o aumento na criação de empregos foi impulsionado pelos setores da hotelaria e restauração (+80.728), saúde (+61.402) e construção (+53.137). Os salários têm vindo a subir, fruto de um mercado de trabalho mais dinâmico, com um aumento de 3,3% em relação ao ano anterior. No entanto, os aumentos são menores do que em França, Alemanha ou Reino Unido. Esta é uma das justificações pelo qual a Espanha apresenta uma das taxas de inflação mais baixas da OCDE. 

A menos de três semanas das eleições legislativas antecipadas agendadas para 23 de julho, a recuperação no mercado de trabalho deveria, a princípio, beneficiar o governo atual e o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez. No entanto, a situação geral parece muito difícil para o governo em funções, uma vez que o país vizinho também atravessa uma grave crise na habitação, onde as mensalidades pagas ao banco para aquisição de casa própria duplicaram no último ano. As sondagens indicam um atraso significativo do Partido Socialista em relação ao Partido Popular de Alberto Núñez Feijóo.


Fonte: SEPE (Serviço Público de Empleo Estatal)

Autor: Departamento de Gestão de Ativos (DGA)