Taxas de juro negativas são uma realidade que, neste momento e no mundo inteiro, já só podemos encontrar no Japão. Na passada sexta-feira, o banco central japonês anunciou que ainda não chegou o momento para alteração nas taxas de juro diretoras, mantendo-as em terreno negativo (-0,1%). No entanto, o BoJ poderá estar prestes a inverter a sua política monetária expansionista, uma vez que o banco central decidiu subir a margem de flutuação das obrigações do Estado a 10 anos de 0,5% para até 1%.

Similarmente aos países ocidentais, mas com muito menos intensidade, o Japão também tem sido impactado pela inflação, que atingiu os 3,3% em junho e relativamente à qual ainda não havia sido tomada nenhuma ação para o controlo da mesma. Adicionalmente, o abandono das taxas de juro ultrabaixas é necessário para travar a desvalorização de que o iene japonês tem sido alvo ao longo do último ano.

Assim sendo, a decisão anunciada na semana passada fez aumentar as yields das obrigações japonesas a 10 anos, de 0,450% para 0,568%, superando assim o limite imposto até então de 0,50%, como podemos observar no gráfico abaixo. 


Fonte: DGA/Bloomberg

Autor: Departamento de Gestão de Ativos (DGA)